quinta-feira, 26 de abril de 2012

O que sei fazer de melhor...


Acredito que hoje tenho bagagem suficiente para encarar a vida...
Acho que os valores necessários para um ser humano eu já adquiri...
Meus defeitos e meus problemas agora só incomodam a mim mesmo...
Talvez seja muito cedo para afirmar tais palavras...
Mas me sinto capaz de transferir tudo de bom que aprendi durante a vida...
Para aqueles que têm interesse em aprender...
Se eu puder preencher o vazio que falta pelo menos no coração dos meus amigos...
Sendo o melhor amigo, para mim é o suficiente...
E acho que assim conseguirei vencer o meu maior problema...
Que sou eu mesmo...
Somos o que queremos ser, e não o que as pessoas acham que somos...
Todos têm o poder de se tornar cada vez melhor...
E se isso não for possível sozinho...
Serei aquele que estará do lado no apoio...
E farei o que eu sei fazer de melhor...
Ser amigo...

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Caminho sem volta...


Por um longo tempo...
Fui andando de olhos fechados no caminho da vida...
Até que de repente me dei conta de que estava faltando algo...
As palavras não davam conta de explicar o que era...
 A dor intensificava o momento do despertar...
E abria meus olhos lentamente...
Uma luz forte trazia consigo uma profunda reflexão...
Que me fez mergulhar em um universo de sensações...
Ao olhar para frente não consegui enxergar nada...
Além de um longo caminho estreito e sombrio...
Tomado pelo medo decidi voltar...
Mas voltar para onde se atrás de mim já não existia mais nada...
Entre o vazio e o sombrio...
Continuei a caminhar como se estivesse sendo empurrado...
Queria voltar mas já não era possível...
Estava preso em uma trajetória linear...
Que me levava a um lugar que eu não queria ir...
Foi então que me perguntei sobre o que eu já não sabia...
Quando foi que fechei meus olhos para a vida...

terça-feira, 24 de abril de 2012

Distorção – Retrocesso temporal [3:2]


Assim que Guilherme decidiu ir embora, Adam ouviu alguém batendo na porta. Quem poderia ser uma hora daquelas? Por um momento seu coração bateu forte, mas logo se acalmou ao ouvir a voz de sua mãe. Seus pais tinham chegado de viagem. Mesmo confuso, os abraçou bem forte assim que entraram. Sentiu uma enorme vontade de chorar, mas se segurou, não queria preocupar eles. Guilherme se despediu e foi embora. O pai de Adam sentou na cama e foi fazer um telefonema, enquanto sua mãe veio conversar com ele.

- Nós viemos mais cedo porque adiantamos nosso trabalho e queríamos fazer algo especial neste fim de semana. - Explicou Marta ao filho.

Assim que Adam ouviu o que sua mãe disse, ele confirmou que estava vivendo pela segunda vez o mesmo dia. Apesar de ainda não entender o que estava acontecendo, decidiu esquecer um pouco tudo o que ele passou nas duas sextas.

- Nós vamos passar o fim de semana na casa de sua tia Vânia lá na fazenda. - Afirmou Jorge ao filho após desligar o telefone.
- Vai ser bom para relaxar um pouco. - Completou Marta.
- Sua tia vai fazer aquela lasanha especial e você ainda vai poder rever seus primos do Rio de Janeiro que chegaram lá ontem. - Concluiu Jorge.

Após ouvir o que seu pai disse, Adam se perguntou se o ontem que foi mencionado foi quinta-feira ou a sua primeira sexta-feira. Estava confuso. Decidiu não falar nada para seus pais, até porque aquela história era muito cansativa para se explicar, não queria preocupá-los. Além do mais, certamente não iriam acreditar.

Adam passou a noite conversando com seus pais e até assistiram a um filme. Ele percebeu naquele dia o quanto eles eram necessários em sua vida. Estava se sentindo muito feliz. Era como em uma daquelas vezes quando criança, que quando era seu aniversário, seus pais lhe levavam para o parque à noite. As luzes dos brinquedos enchiam seus olhos de alegria e faziam seu coração bater forte. A rotina tinha feito ele se esquecer desses pequenos momentos de grande emoção.

Na hora de dormir, antes de se deitar, Adam olhou a cidade da janela. Era uma vista legal, já que morava no oitavo andar de um prédio a uma certa distância da praia. Fixou o olhar mais ou menos onde estava na areia no dia anterior, respirou fundo e com a voz meio rouca prometeu que resolveria aquela situação de qualquer maneira, enfrentando o que fosse necessário. Ele sabia que aquilo que aconteceu não terminaria daquela forma, muito pelo contrário, só estava começando.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Seja feliz...


Você pode ter defeitos, viver irritado algumas vezes...
Mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo...
Só você pode evitar que ela vá a falência...
Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você...

Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz...
Não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes...
Trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções...

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas...
Segurança no palco do medo, amor nos desencontros...

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza...
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender lições nos fracassos...
Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato...

Ser feliz não é uma fatalidade do destino...
Mas uma conquista de quem sabe viajar para dentro do seu próprio ser...

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas...
E se tornar um autor da própria história...
É atravessar desertos fora de si...
Mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma...
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida...

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos...
É saber falar de si mesmo, é ter coragem para ouvir um "não"...
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...
É beijar os filhos, curtir os pais...
E ter momentos poéticos com os amigos, mesmo que eles magoem...

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples...
Que mora dentro de cada um de nós...
É ter maturidade para falar "Eu errei"...
É ter ousadia para dizer "Me perdoe"...
É ter sensibilidade para expressar "Eu preciso de você"...
É ter capacidade de dizer " Eu te amo"...

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
Que nas suas primaveras você seja amante da alegria...
Que nos seus invernos você seja amigo da sabedoria...
E, quando você errar o caminho, recomece de novo...
Pois assim você será cada vez mais apaixonado pela vida...
E descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita...

Mas, usar as lágrimas para irrigar a tolerância...
Usar as perdas para refinar a paciência...
Usar as falhas para esculpir a serenidade...
Usar a dor para lapidar o prazer...
Usar os obstáculos para abrir janelas da inteligência...

Jamais desista de si mesmo...
Jamais desista das pessoas que você ama...
Jamais desista de ser feliz...
Pois a vida é um espetáculo imperdível...
E você é um ser humano especial!

Augusto Cury

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Distorção – Retrocesso temporal [3:1]


No dia seguinte, Adam acordou lentamente. Demorou a se levantar da cama, pois passou boa parte da noite pensando. A manhã já tinha terminado, mas ele não estava preocupado, afinal não tinha nada para fazer no sábado, já que não ia ter aula na faculdade. Se levantou da cama e foi até sua peça pegar um livro para ler, gostava de fazer isso quando acordava e não tinha compromissos. Quando se sentou na cama, o telefone tocou. Provavelmente seria sua mãe avisando que iria chegar mais tarde. Quando atendeu, era seu amigo Guilherme que parecia estar um pouco preocupado.

- Adam, por que você não veio fazer a prova hoje cara? Aconteceu alguma coisa?
- Prova? Do que você está falando Guilherme?
- Como assim? Você está esquecido da prova de Desenho?
- Prova de Desenho? Você deve estar de brincadeira comigo. A prova de Desenho foi ontem. - Afirmou Adam com toda certeza ao se lembrar momentaneamente do homem que o olhara fixamente no ônibus que ele tinha pegado para ir para a faculdade.
- Cara você se confundiu. Hoje é sexta-feira e a prova foi logo no começo do dia. E por incrível que pareça você foi o único a faltar. - Afirmou Guilherme convicto.

Adam olhou o calendário no seu celular e viu que realmente era sexta-feira. Como aquilo era possível? Teria tudo sido um sonho? Não, não era! Ele tinha certeza que não era. Abriu uma gaveta e viu o fragmento da reportagem que tinha imprimido na noite passada. Aquilo era a prova de que ele já tinha vivido aquele dia.

- Guilherme, hoje é sábado! - Insistiu Adam. - Vai me dizer que se esqueceu da reportagem sobre o livro misterioso que você me amostrou e da morte daquela mulher, a Ellen Strauss e dos misteriosos assassinatos...
- Do que você está falando? Como sabe de tudo isso? Eu ia conversar com você hoje sobre essas reportagens! - Respondeu Guilherme confuso.
- Se você puder vir hoje aqui, a gente conversa melhor. - Decidiu Adam de última hora, ignorando o fato de seus pais voltarem naquele dia.
- Ok! Mais tarde passo aí. - Respondeu Guilherme.

Adam estava confuso e assustado. Não sabia o que estava acontecendo, mas tinha certeza que tinha alguma relação com o que ele viu na praia.

No fim da tarde, Guilherme passou na casa de Adam e ambos conversaram muito. Adam usou todos os argumentos possíveis para convencer seu amigo, pois já sabia que não seria fácil fazer ele acreditar no que estava acontecendo. Falou sobre as questões da prova de Desenho, detalhou as reportagens e até comentou sobre o novo funcionário da lanchonete da faculdade que tinha começado a trabalhar naquela sexta. Logo após falou sobre o ocorrido na praia. Depois de ouvir tudo, Guilherme olhou fixamente para Adam e com um certo tremor na voz finalmente disse que acreditava nele.

Adam respirou aliviado em saber que o amigo tinha acreditado nele, mas ao mesmo tempo estava aflito com a situação que se encontrava.