terça-feira, 24 de abril de 2012

Distorção – Retrocesso temporal [3:2]


Assim que Guilherme decidiu ir embora, Adam ouviu alguém batendo na porta. Quem poderia ser uma hora daquelas? Por um momento seu coração bateu forte, mas logo se acalmou ao ouvir a voz de sua mãe. Seus pais tinham chegado de viagem. Mesmo confuso, os abraçou bem forte assim que entraram. Sentiu uma enorme vontade de chorar, mas se segurou, não queria preocupar eles. Guilherme se despediu e foi embora. O pai de Adam sentou na cama e foi fazer um telefonema, enquanto sua mãe veio conversar com ele.

- Nós viemos mais cedo porque adiantamos nosso trabalho e queríamos fazer algo especial neste fim de semana. - Explicou Marta ao filho.

Assim que Adam ouviu o que sua mãe disse, ele confirmou que estava vivendo pela segunda vez o mesmo dia. Apesar de ainda não entender o que estava acontecendo, decidiu esquecer um pouco tudo o que ele passou nas duas sextas.

- Nós vamos passar o fim de semana na casa de sua tia Vânia lá na fazenda. - Afirmou Jorge ao filho após desligar o telefone.
- Vai ser bom para relaxar um pouco. - Completou Marta.
- Sua tia vai fazer aquela lasanha especial e você ainda vai poder rever seus primos do Rio de Janeiro que chegaram lá ontem. - Concluiu Jorge.

Após ouvir o que seu pai disse, Adam se perguntou se o ontem que foi mencionado foi quinta-feira ou a sua primeira sexta-feira. Estava confuso. Decidiu não falar nada para seus pais, até porque aquela história era muito cansativa para se explicar, não queria preocupá-los. Além do mais, certamente não iriam acreditar.

Adam passou a noite conversando com seus pais e até assistiram a um filme. Ele percebeu naquele dia o quanto eles eram necessários em sua vida. Estava se sentindo muito feliz. Era como em uma daquelas vezes quando criança, que quando era seu aniversário, seus pais lhe levavam para o parque à noite. As luzes dos brinquedos enchiam seus olhos de alegria e faziam seu coração bater forte. A rotina tinha feito ele se esquecer desses pequenos momentos de grande emoção.

Na hora de dormir, antes de se deitar, Adam olhou a cidade da janela. Era uma vista legal, já que morava no oitavo andar de um prédio a uma certa distância da praia. Fixou o olhar mais ou menos onde estava na areia no dia anterior, respirou fundo e com a voz meio rouca prometeu que resolveria aquela situação de qualquer maneira, enfrentando o que fosse necessário. Ele sabia que aquilo que aconteceu não terminaria daquela forma, muito pelo contrário, só estava começando.

2 comentários:

Wellington Morais disse...

Essa parte da fazenda promete... hehehhe

Marcos Jorge disse...

É né... Acho que você se lembra do que está por vir... Eu estou ansioso para lançar as partes novas... Mas estou segurando um pouco as postagens para esperar o fim do terceiro semestre para eu poder escrever com mais calma...

xD