domingo, 11 de abril de 2010

Quem sou eu...


É que ninguém falou o que não era sabido...
É que ninguém notou e tanto havia sentido...

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Não sei quem sou, que alma tenho...
Quando falo com sinceridade...
Não sei com que sinceridade falo...
Sou variamente outro...
Do que um eu que não sei se existe...
Sinto crenças que não tenho...
Enlevam-me ânsias que repudio...
A minha perpétua atenção...
Sobre mim perpetuamente me ponta...
Traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha...
Nem ela julga que eu tenho...
Sinto-me múltiplo...
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos...
Que torcem para reflexões falsas...
Uma única anterior realidade...
Que não está em nenhuma e está em todas...
Como o panteísta se sente árvore e até a flor...
Eu sinto-me vários seres...
Sinto-me viver vidas alheias...
Em mim, incompletamente...
Como se o meu ser...
Participasse de todos os homens...
Incompletamente de cada...
Por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço...

Fernando Pessoa
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E se eu encontrasse o "dono da verdade"...
E inventasse outra realidade...
Se eu encontrasse, inventasse, me livrasse...

1 comentários:

Anônimo disse...

Rpz...

Não sou muito bom de entender linguagem poética...

Mas essa eu acho q entendi um pouco...

Também tô tentando me encontrar em mim mesmo tem um tempo...
Vendo coisas q me identifico, outas nem tanto...

Mas com fé em Deus, eu resolvo essa situação td... ^^

E vc tb kra... basta ter fé em Deus q as coisas vão melhorar... =)

Abraço!